terça-feira, 16 de fevereiro de 2010

Aquellas Pequeñas Cosas

Geralmente começo escrevendo por uma música, ela é o personagem principal, o resto ganha o Oscar pelo papel de coadjuvante... hoje a música é a desculpa, and Oscar goes to...

Das coisas boas que Zizi Possi trouxe pra minha vida, as pessoas que conheci através de sua arte e generosidade foram a melhor de todas. Meus queridos Zizianos (e a própria Zizi), que tenho tanto carinho e admiração... que outra cantora poderia unir pessoas tão especiais, inteligentes, respeitosas e lindas, por dentro e por fora. Só poderia ter sido ela... e suspeito que ela não saiba o tamanho da força que isso tem. Mas Zizi que me perdoe, o post de hoje não vai ser embalado por ela, hoje a trilha sonora é outra!

Acho que o post de hoje é um pedido de desculpa disfarçado [???]. Desculpas por não ser tão presente, por não poder estar junto tanto quanto queria, por não ter cumprido minha palavra tantas vezes, por não conseguir demonstrar o quanto amo tanto quanto queria, por não ter dado aquele abraço em cada um, pela vida que me engoliu várias vezes... E caramba, Como eu queria que não fosse assim!!!

Uno se cree
que las mató
el tiempo y la ausencia.
Pero su tren
vendió boleto
de ida y vuelta.

Eu nem sei explicar o carinho que tenho por eles, eu simplesmente tenho! (E acredite, tô sentada aqui na frente faz muito tempo, escrevendo, escrevendo... apagando, apagando... nada foi bom o suficiente) Pessoas que fazem a diferença, um em cada canto desse país que não pode ser maior... aliás, desse mundo que sempre parece maior do que deveria! Deixa tudo tão longe!!!

Son aquellas pequeñas cosas,
que nos dejó un tiempo de rosas
en un rincón,
en un papel
o en un cajón.

E só pra minha dívida ficar maior, nessa de ter pessoas maravilhosas, me aparece uma certa argentina viciante, de uma grandeza infinita e um bom gosto invejável: Pauliña! Uma daquelas pessoas que se deve ter pro resto da vida, e a quem eu devo a maior desculpa de todas! E foi ela quem me apresentou a música de hoje, entre as tantas boas coisas de se ouvir que ela me apresentou, Aquellas Pequeñas Cosas com Joan Manoel Serrat, é daquelas coisas lindas que a gente ouve e que agradece por estarmos aqui vivos pra vida! A música é linda, e não tem como traduzir porque vai perder a beleza! Ouça e me diga se é sensível o suficiente pra entender!

Acredite amigo brasileiro, se conhecesses a Pauliña que eu conheço, terias mais inveja do que raiva da Argentina! E não é só ela não... se conhecessem os Zizianos que eu conheço, teria mais inveja de mim do que da Argentina!

Como un ladrón
te acechan detrás
de la puerta.
Te tienen tan
a su merced
como hojas muertas
que el viento arrastra allá o aquí,
que te sonríen tristes y
nos hacen que
lloremos cuando
nadie nos ve.

Espero que Zizi e os Zizianos todos saibam do carinho que tenho por eles. Porque amigos são o que de mais valioso a vida me dá... é, ganhei na loteria acumulada!!!

sábado, 16 de janeiro de 2010

Santa Chuva



Não adianta né?! Por mais que eu tente, me esforce e REALMENTE acredite que eu vá escrever com mais freqüência (sim, eu uso trema), acaba batendo a preguiça e a falta de inspiração... acaba que não escrevo tanto quanto gostaria, mas continuo tendo um carinho grande e ainda a esperança de que dessa vez eu vou levar isso aqui a sério!
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A música de hoje já me acompanha faz um tempo. Desde o disco de estréia da Maria Rita... aqueeeele disco que prometia salvar a MPB... certamente vocês lembram. Foi um disco bom pra caramba! Se salvou a MPB eu não sei... mas que salvou minha vida muitas vezes, isso salvou!

A música Santa Chuva não foi a que eu gostei de primeiro (esse papel ficou com Menininha do Portão), mas depois do show, se transformou na que eu quero ver daqui a 30 anos quando estiver vendo a Maria Rita no palco pela enésima vez!

Das cantoras de minha vida... essa é a que eu cultivo a maior relação de amor e ódio! Eu amo ela se rasgando toda pra cantar (ainda que seja tudo muito bem ensaiadinho) e odeio a nova fase pagodeira (com direito a vestidinho de lantejoulas, com um bolerinho combinando, uma calça jeans e CLARO, uma manta rosa pra dar aquele toque especial!)... mas fazer o quê? Em dias de depressão xingá-la até me faz bem... porque no fim, sempre tem uma Santa Chuva pra me deixar morrendo de saudade!

O primeiro show que assisti na vida foi o primeiro da Maria Rita, viajei 500km só pra poder assistir. Fiquei lááá no puleiro, entre duas senhoras que juravam que Elis Regina tinha voltado a Porto Alegre pra lembrar os velhos tempos ("putz! entrei numa sessão espírita!")... chorei como se não tivesse ninguém por perto, de certa maneira eu sabia que era aquilo que eu queria pro resto da vida. Ainda vivia no interior do Rio Grande do Sul, lá "onde não mora ninguém, onde não passa ninguém, onde não vive ninguém"*, e ter saído de lá pra assistir o show, e ver aquele trabalho tão caprichado... era aquilo ali que eu queria ter pra sempre! E de fato, até hoje o tenho! Maria Rita inaugurou os palcos da minha vida! Que saudade de ver essa moça no palco... quem já viu sabe o quão talentosa ela sabe ser!

Mas enfim, o que eu queria dizer é que de lá do alto do mezanino, a gente consegue ter a noção do show por completo: Distribuição dos músicos, iluminação, movimentação do artista... e nessa música, o jogo de luz era essencial: No encarte do CD já vinha bem claro, a primeira parte cantada por ele e a segunda por ela...

Ele pedindo que ela voltasse...


Vai chover de novo
Deu na TV
Que o povo já se cansou
De tanto o céu desabar
E pede a um santo daqui
Que reza a ajuda de Deus
Mas nada pode fazer
Se a chuva quer é trazer você pra mim
Vem cá, que tá me dando uma vontade de chorar
Não faz assim, não vá pra lá
Meu coração vai se entregar
À tempestade...

e Ela dizendo que não ia voltar, não... Esse diálogo, ficava claro no jogo de luz, na primeira parte, iluminada com uma luz azul de um lado do palco como se fosse Ele, depois mudava de lado e uma luz rosa acendia e Ela entrava em cena, respondendo à Ele que permanecia lá...

Quem é você pra me chamar aqui
Se nada aconteceu?
Me diz?
Foi só amor? Ou medo de ficar
Sozinho outra vez?

Cadê aquela outra mulher?
Você me parecia tão bem...
A chuva já passou por aqui
Eu mesma que cuidei de secar

E nesse momento ela se transformava! Tinha uma raiva... como se aquela música composição de Marcelo Camelo, fosse dela e só dela... Dizia cada palavra como se fosse a última a ser proferida, com uma força, raiva, vontade e propriedade de quem sabia o que tava dizendo!

Quando saiu o primeiro DVD, a maior decepção foi não ter essa música... "problemas técnicos" foi a desculpa...

No segundo show que assisti, já do Segundo, uma surpresa... gravariam o show pra um possível DVD. Chegou a hora da música e ela tropeça nas letras "e pede a um rrsarrto daqui"... a primeira coisa que pensei foi: "PUTA QUE PARIU, NÃO VAI TER A MÚSICA DE NOVO!"... O segundo DVD saiu, foi gravado em outro lugar... e qual não foi a surpresa que a única música que entrou do show de Porto Alegre foi essa, com o "tropeço" e tudo!

Maria Rita ainda diz no DVD, falando sobre a música algo como: "O que o cara fez de tão grave que nem o Santo vai brigar por ele?!!!"

Quem foi que te ensinou a rezar?
Que santo (\o_) vai brigar (Lo_) por você (.o_)?

E a atuação da cantora (que eu, obviamente, ainda sei de cor...), daria inveja a muita global por aí! Ou será que não era atuação?

Que povo aprova o que você fez?
Devolve aquela minha TV
Que eu vou de vez
Não há porque chorar
Por um amor que já morreu

Ahhh... vale também lembrar do Da Lua, percussionista, tirando som de um pedaço de conduíte (aqueles canos amarelos de construção)... Silvinho Mazzuca no baixo acústico e na simpatia! Aliás, até pouco tempo atrás ela tinha um dedo invejável pra escolher bons músicos!

Deixa pra lá
Eu vou, adeus
Meu coração já se cansou de falsidade...

Acho que tô com saudade da antiga Maria Rita... ou será da antiga Lusiane? Sei lá...

* Essa música eu ouvia Lá, nos domingos de manhã quando meu pai decidia que TODO MUNDO ia ouvir junto com ele... Moro Onde Não Mora Ninguém - Agepê

sábado, 5 de setembro de 2009

O Dono da Terra


Eu queria saber o que é o que é
Que eu vi na TV
Dizia que o mundo não é um brinquedo
E tem um segredo
Que eu não sei dizer

A música de hoje é de uma doçura e inocência que só criança consegue (sim, eu gosto de crianças... se não forem responsabilidade minha, se não estiverem aos berros ou correndo... eu até acho bonitinho!), foi uma das doze finalistas do Festival dos Festivais (Aquele da Tetê Espíndola!) promovido e exibido pela TV Globo em 1985 (aham... 24 anos atrás eu era só "um brilho nos olhos da mamãe"... Obrigada Maillin! ;-) ).

Não é cabra-cega
Não é pique-esconde
Nem amarelinha
Não é um brinqued
E tem um segredo
Que eu quero saber, que eu quero saber

Acontece que na minha rápida (e inesquecível) passagem pelo Rio de Janeiro assisti ao show das Chicas, o "Barulinho" e vi uma coisa que não imaginei ver ao vivo nessa vida... elas cantando O Dono da Terra, a música de hoje... Conheci essa música em um vídeo do Youtube que minha amiga Carol fez e postou, ainda no tempo da brilhantina, digo, do CD "Quem vai comprar nosso Barulho?", o antigo show... paixão à primeira ouvida! Mais do que ver um show das meninas eu queria ver essa música ao vivo... CONSEGUI!!!

Mãe me explica direitinho
O que gente grande entende muito bem
Como pode uma bomba explodir dentro de um trem?

Mas bem, porque eu gosto tanto dela? Porque eu cresci, mas continuo não entendendo gente grande... continuo não entendendo as atitudes das pessoas... alguém aí sabe explicar? Pode desenhar se quiser pra facilitar!!!

Pai me explica direitinho
O que gente grande sabe muito bem
Como pode uma criança pobre de marré deci sem ninguém?

Tem tanta coisa errada nesse mundo, porque gente grande faz guerra e não faz arte? Porque gente grande não sorri em vez de fazer chorar? Porque gente grande não brinca? Porque gente grande não aproveita um dia de sol? Porque gente grande maltrata criança? Porque gente grande maltrata gente grande? Porque gente grande só pensa em se dar bem sozinho usando as pessoas como escada? Porque gente grande não une forças pro bem? Porque tem criança sozinha na rua? Porque tem gente passando fome? Porque???

Vê qual é o nome do Dono da Terra
Inventor do céu e do mar
Pega o telefone, liga pra esse homem
Diz que é pra ele... reinventar

Provavelmente só reinventando mesmo... eu tô tentando mas O Dono da Terra não atende ligações a cobrar...

quarta-feira, 2 de setembro de 2009

Dom Quixote

Pra quem não lembra... pra quem não passava por aqui... a quem interessar possa ou pra quem essa informação não faz diferença nenhuma... antes de se chamar “Música na Vitrola”, esse blog chamou “Dom Quixote”... justamente pela música de hoje!
Tanta gente se esconde do sonho com medo de sofrer
Tanta gente se esquece que é preciso viver
Combater moinhos, caminhar entre o medo e o prazer
Somos todos na vida, qualquer um de nós
Vilões e heróis
Não é? Depois disso eu não precisaria dizer mais nada!!! Mas como já disse o poeta... O óbvio precisa ser dito pra se tornar óbvio! Quantas vezes a gente não fica nessa de “ninguém me ajuda”, “eu sou um pobre coitado”, “ai como eu sou infeliz”... tu acha mesmo que a felicidade vai bater na tua porta com um lindo laço vermelho e um bilhete de “use-me e abuse-me”??? Não vai... infelizmente não vai! Bem que podia, eu sei... quem sabe como recompensa por viver nesse mundo-cão, mas não vai meu amigo... a coisa só vai acontecer se tu parar com a choradeira e correr atrás dos teus sonhos... daquilo que te faz feliz! Não ficar ali.. remoendo, remoendo, remoendo... ai que cansativo!!! Sem falar nas olheiras...
Além do mais, os moinhos, o medo e o sofrimento são essenciais... são eles que tornam a felicidade assim tão boa... porque não tê-la todo dia é o que a torna tão boa e especial, tão mágica!!! O negócio é correr atrás dos sonhos, “é preciso viver”, “combater moinhos, caminhar entre o medo e o prazer”... porque, meu caro, os moinhos estão em maior número!!!
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Mas sobre a música... só pra não ficar tão pedante e quebrar o (merecido) monopólio da Zizi por aqui... Dom Quixote nessa versão com a tão odiada e amada (praticamente ao mesmo tempo por mim) Maria Rita. A música originalmente gravada no disco Ponte das Estrelas do grande pianista Cesar Camargo Mariano só instrumental (um disco, digamos, interessante... com teclados em vez de piano, gerou muita discussão pelo que sei... mas só por essa música já vale a pena!), e a filha não ficou devendo... aqui com letra de Lula Barbosa, gravado pra seu disco demo, que por obra e graça de uma boa alma qualqer caiu na internet (ainda que com uma qualidade um pouco ruim, com o tempo foi restaurada por uma segunda boa alma, e é essa que deixo aqui)... justamente o tipo de coisa que me impede de dar mais informações pra vocês, o que eu sei já foi dito... essa é a única versão com letra que eu conheço!
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E pra quem ainda não sabe... "combater moinhos, caminhar entre o medo e o prazer" é a próxima tatuagem da fila, com lugar reservado no meu pé... Além do mais, o livro é ótimo!!! Viva Cervantes! Viva Lula Barbosa! Viva a Família Mariano!

sábado, 14 de fevereiro de 2009

Pra Vida Inteira


Vamos juntar as nossas manhãs
Nossas manhãs, tudo o que a gente tem
Você vai colorir minha vida
E eu vou pintar a sua também



É Carnaval minha gente! \o/ Brasileiro é "treinado" pra ser feliz nessa data... eu pelo menos fui, vocês, não?! Vai, pensa bem... existe alguém que passa por ti nessa época e não pergunta "O que tu vai fazer no carnaval?"? E pensa mais um pouco... tu não dá um jeito de ser feliz nessa data?

Não precisa nem sair pra avenida, vestir o "verde-e-rosa" cantar o samba-enredo até não ter voz, ou sair disfarçado de Capitão Gancho pra encontrar a Mulher Maravilha... serve até um lugar calmo, campo... praia... um livro... uma boa música... AMIGOS... um lugar onde se possa ser feliz, ter a tranqüilidade
(sim, eu ainda uso trema!) antes que a vida real realmente comece (Afinal, o ano só começa depois do carnaval, não?!)... eu vou pro meu buraco ser feliz com o meu carnaval! Te aconselho a descobrir onde vai ser o teu carnaval... antes que a gente se dê conta que já é Natal (que pelo menos pra mim é chato e triste!)... aproveite! Já que temos a "sorte de ter data marcada" pra ser feliz!

A música da vez.. CLARO QUE É DA ZIZI (Vou ter que acabar mudando o nome desse blog... ¬¬')... mas fazer o quê se a mulher sempre tem uma boa trilha pra vida???
Peço que preste atenção na letra de "Pra Vida Inteira" do Fernando Leporace, vejam como é bem costurada! E já que estamos falando (eu sei que sou eu que tá falando e falando.. mas isso é tática pra aproximar o leitor! hahahaha) em ser preparado pra ser feliz, e que a felicidade pode estar nas coisas mais simples (aham... é clichê... mas não te mete, o post é meu!)...

Me pareceu uma "Como Nossos Pais" feliz... presta atenção: "E leva o papagaio e a cadeira de tricô da minha vovó, e vai o pão-de-ló que ela nos preparou pra festejar nosso amor" e depois a costura com "E a nossa macacada vai crescendo e outros macaquinhos virão comer o pão-de- ló que a mesma bisavó fará no mesmo fogão"... Perceberam como isso é bonito e feliz? A música chama pra rua, te puxa pra vida... te puxa pra festejar!!! Festejar as coisas boas, as coisas simples ("Vamos comer, enfim, feijão com arroz plantados bem no nosso jardim"), festejar a vida... PRA VIDA INTEIRA! E treinem seus macaquinhos pra serem felizes... chame TODOS pra mesma folia!!!

Vamos soprar as cinzas, despertar o fogo
Que a gente esqueceu
Deixar a luz entrar e aproveitar o sol
Que ainda não se escondeu
Vamos juntar as nossas crianças
Que vão entrar no mesmo cordão
E cultivar a terra que a nossa galera
Vai virar batalhão


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Ahhhh... os créditos da música, né?! Essa é do álbum "Pra Sempre e Mais um Dia" que a Zizi fez em 1983 (Eu não era nem projeto de gente...), que além dessa maravilha tem composições de Chico e Edu ("O Circo Místico"), Fátima Guedes ("Ar Puro") Lulu Santos e Nelson Motta (O clássico "Como Uma Onda") entre tantas outras que mereceriam estar aqui não fosse minha preguiça de ir lá procurar...

Mas uma coisa realmente vale a pena eu ir buscar... o maravilhoso coro dessa música, saca só os nomes:
Roupa Nova, (Cleberson, Ricardo, Serginho, Nando, Paulinho, Kiko),Eduardo Dusek, Fátima Guedes, Lulu Faráh, Beto Fae, Tia Lea, Beth, Luiz Avellar, Liber Gadelha, Ricardo Cantaluppi, Sérgio Della Mônica, João Augusto, Jorge, Viviane, Nair, Luna Suzana e Zizi Possi.

Que time, hein!? Aliás... deixa eu escalar o resto do time: Luiz Avellar (Yamaha, OBX-a, Arranjo e Regência), Paulo Braga (Bateria), Jamil Joanes (Baixo), Liber Gadelha (Guitarra), Ohana (Percussão), Marçal (Surdo), João Augusto (Prato de Retreta), Paulinho, Bidinho, Márcio Montarroyos (Trumpetes), Zé Carlos (Sax-Tenor), Léo Gandelman (Sax-Barítono), Serginho (Trombone), Celso Woltzenlogel, Paulinho Guimarães (Flautas C).

Eu acho incrível pensar que apesar de tudo, em 1983, era mais fácil uma gravadora se empenhar e investir em juntar um grande time pra fazer um grande disco... hoje em dia, em 2009, com toda essa tecnologia que permite (infelizmente) que o time seja menor, a falta de interesse das gravadoras e patrocinadores pra grandes projetos... A gente até sabe porque isso acontece (falta de procura no mercado, as malditas LIC's que transformaram isso tudo em um comércio capitalista demais e artístico de menos, entre tantos outros motivos...), entender a gente pode até se esforçar... mas mesmo assim é inacreditável, mas bem esse é um outro assunto!

Faça o seu carnaval, e apareça por aqui pra contar onde fica a tua "avenida"!!!

sábado, 10 de janeiro de 2009

Redemption Song


"Emancipate yourselves from mental slavery, none but ourselves can free our minds..." (Emancipem a si mesmos da escravidão mental, ninguém além de nós mesmos pode libertar nossas mentes).

E foi com essa frase que eu decidi a música da minha formatura... é, acredite se quiser, escolhendo um ano antes (e nem sei se vou me formar, muito menos se vou me formar no palco ou em gabinete), e escolhendo uma música que não é em português... vai, admite logo... tu achou que eu fosse escolher algo como Elis, da Mata, Bethânia... algo bem nacional, cuícas e pandeiros, não achou?!

Mas acho que não vou encontrar nada melhor pra explicar o que se passa dentro da faculdade, apesar de toda a batalha com professores e profissionais (???) que querem mais é que tu caia ali mesmo na frente deles, porque se for espertinho demais a gente se transforma em inimigo... espertinhos, só como eles, mas menos que eles!

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Arquivistas são as piores pessoas que eu conheço. Alguns poucos (bem poucos) se salvam, mas são quase engolidos pelo turbilhão de falta de ética e maldade... pela insegurança alheia transformada em armas!!!

Eu não sou do tipo indignada em sala de aula, não sou do tipo que tem grandes idéias e teorias durante uma aula de Arquivologia, talvez porque nunca tenha realmente me apaixonado pela profissão (aliás, alguém já se apaixonou um dia por Arquivologia? REALMENTE APAIXONADO?), apesar de agora já me ensaiar pra brigar pelo melhor... pra tentar ser algo melhor do que a maioria que eu vejo... mas voltando, nunca fui de brigar, e isso conta pontos pra mim com boa parte do corpo docente, mas perco pontos comigo... QUALQUER coisa que se fale que vá contra os princípios de "Schellenberg no céu e Bellotto na terra", pode te render uma bela perseguição... lá no lugar onde questionamentos deveriam ser mais do que ilusão... nem sempre o que está escrito nos livros é a verdade absoluta, até nos falam frases bonitas assim, mas na prática é diferente... é aí onde aperta o calo!!! "Yes some say it's just part of it We've got to fulfill the book" (Sim, alguns dizem: "Isto é apenas uma parte, nós temos de cumprir o livro")

Não, eu não tenho aqui escondido um livro de minha autoria com a "arquivística, revista e ampliada"... e não, eu não quero ter isso!!! Tem muita coisa errada nesse mundo, não sei como fazer os arquivistas serem um pouco menos papel e um pouco mais gente, não sei como mostrar que o sucesso do outro pode ser o teu sucesso também! É muita inveja cegando as pessoas...

Mas sabe o que não adianta? Não concordar com isso tudo, ter o poder pra mudar, e fingir que não ta vendo... gente hipócrita é o mal do mundo! Não é necessário fazer a revolução, basta não fazer a mesma coisa que se está criticando e disseminar isso aos quatro cantos! Os bons exemplos é que devem ser seguidos... eu tenho os meus bons exemplos, tento aprender cada dia mais com eles... tentando simplesmente ser “o que julgo ser o melhor” ¹

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Mas a música da formatura né?!

Lembrei disso porque amanhã boa parte do pessoal que entrou na mesma turma que eu está se formando... ELES CONSEGUIRAM!!!! Eles não desistiram, passaram por todo o mal e sobreviveram... espero que eles tenham tido os seus bons exemplos!

Pensando neles e ouvindo a M-A-R-A-V-I-L-H-O-S-A Zizi Possi e seu disco “Pra Inglês Ver e Ouvir...” de 2005 descobri uma versão MA-RA-VI-LHO-SA de Redemption Song.. sim, aquela do Bob Marley!!!!

A letra é linda... me fez lembrar toda essa luta pra acabar um curso do qual, apesar dos esforços pra tentar gostar, sempre tem algo maior que decepciona... me fez lembrar que sempre que eu to triste, sempre tem uma música que me dava forças... é a força que a música que toca na minha vitrola exerce sobre mim!!! “Cause all I ever had, redemption song” (Pois tudo o que eu já tive foram canções de redenção)

Zizi fez um trabalho incrível com essa versão, jamais imaginaria na beleza e qualidade instrumental que ela pudesse ganhar!!! Tem uma linda introdução, como uma bela “redemption song”!!!! Parabéns à Zizi e ao Bob!!!!

A música pode ser internacional, mas a cantora é nacional, não ia trair tanto assim, né!? ;)

"Won’t you help to sing these songs of freedom" (Você não vai ajudar a cantar estas canções de liberdade?)

¹ Muito Pouco – Paulinho Moska

domingo, 4 de janeiro de 2009

Irmão Sol, Irmã Lua


Inaugurando, junto com 2009, uma nova era pra esse blog... o que antes era "Geraldinos e Arquibaldos" hoje é "Música na Vitrola"... Objetivo principal: NENHUM! É só um lugar onde eu posso contar pra mim mesma (ou pra quem quiser ler) o que me falam as músicas que tocam aqui na minha vitrola... mas nem sempre elas precisam me dizer alguma coisa pra eu senti-las, como essa na voz da MARAVILHOSA (e oficialmente novo velho surto...) Zizi Possi! Uma pérola lááááááá do seu disco de estréia (1978)... uma música cheia de astral, como a (esperada) nova fase o blog!
Como diz meu querido Ângelo Primon: Há Braços!


Fica pra vocês então...
Irmão Sol, Irmã Lua
(Aécio Flávio - Léo Vitor)

Vinte vezes eu vi irmão sol nascer
vinte vezes eu vi irmã lua aparecer
e vi que irmão sol bebeu do côco,
bebeu do côco a água que era sua

e vi também que o calor
uma parte do lago então sorvia
e a tardinha arrependido
gota a gota a água devolvia

domingo, 20 de abril de 2008

Um pouco, talvez, menos gente...

"Tem dias que a gente se sente
Um pouco, talvez, menos gente
Um dia daqueles sem graça
De chuva cair na vidraça
Um dia qualquer sem pensar
Sentindo o futuro no ar
O ar, carregado sutil
Um dia de maio ou abril
Sem qualquer amigo do lado
Sozinho em silêncio calado
Com uma pergunta na alma
Por que nessa tarde tão calma
O tempo parece parado?"
(As Profecias - Raul Seixas e Paulo Coelho)


Crescer é dificil, né?! Virar adulto é tão dolorido quanto nascer... a diferença é que a gente lembra o quanto dói quando o ar entra nos pulmões pela primeira vez, o quanto dói sair de um lugar quente e potegido, do colo de quem nos ama.

Ultimamente tenho pensado no rumo que a vida tomou... o que mais assusta, é que ela não tomou rumo nenhum! Nada é certo... nenhum "contrato" (nem divino, nem dos homens) à longo tempo! É a fase do "êpa! êpa!" (que vem logo depois do "oba! oba!"). O problema é que junto com a insegurança vêm todos os outros sentimentos...

Já chorei por tanta coisa esses dias, de saudade do meu pai, pelos amigos reais, pelos amigos imaginários (assunto pra outro post...), acho que ainda vou chorar um pouco mais! Afinal, tô quase me convencendo de que chorar pode mesmo ajudar! Só que esse processo tem que ser sozinha, gosto de me resolver sozinha, e quase gosto de achar que fui abandonada... QUASE! Gosto de ficar com as pessoas, mas falando coisas boas... não preciso que me lembrem das tristezas, disso eu me encarrego sozinha!

sábado, 26 de janeiro de 2008

Ao Mestre com Carinho

Acredito que somos reflexo daquilo que já vivemos, somos bagagem. Quando crianças, pensamos que somos os donos do mundo, achamos que muitas coisas não fazem sentido, não conseguimos enxergar e aproveitar as oportunidades, na verdade, não melhora muito quando crescemos...

Na 6ª série, do hoje chamado Ensino Fundamental, tive uma professora da qual mal lembro do nome, o rosto se perdeu. Ela foi a primeira pessoa que me fez sentir orgulho da música que eu escuto, que me fez perceber o que eu escutava em casa, me fez perceber que aquilo tinha uma história e principalmente, que aquilo me fazia bem. mas essa influência e a importância dela na minha história eu só percebi muito tempo depois. Eu sempre tive boa relação com meus professores, tinha o dom de torná-los amigos, com ela por algum motivo desconhecido era diferente, eu a odiava e era recíproco.

Chico Buarque e Adoniran Barbosa foi o que ela nos apresentou, eu já conhecia um pouco, mérito do meu pai. O que ela queria com aquilo? Na época eu não tinha condições nem de me fazer tal pergunta, muito menos respondê-la. Acho que tentou, naquela sala de aula com aquele "bando de cabeças-de-vento", o que eu tento todo o dia: Espalhar um pouco da boa cultura brasileira. Talvez tenha tentado fazer juz ao seu posto de professora de artes, posto ocupado por aqueles que de aguma forma desagradaram a direção, era uma punição.

O erro dela para ter herdado o posto? Não sei, não me interessou na época, muito menos agora... O erro dos alunos? Não conseguirem entender o valor daquilo tudo, não conseguem entender o valor de uma aula preparada com carinho e a esperança de que alguém no fim entenda. O erro do sistema? usar a arte como punição. Arte devia ser tão obrigatória quanto português e matemática, devia ter professores preparados, é importante que um povo conheça sua própria cultura, sua história, antes que a banalização se transforme em "sua própria cultura".

Eu só queria que ela soubesse que pelo menos com uma pessoa deu certo, em uma pessoa ela deixou a marca, pra uma pessoa aquelas aulas valeram a pena e foram inesquecíveis. Se eu não conseguir encontrá-la, espero qie ela não desista dos "cabeça-de-vento", pode ser que mais um se salve...

sábado, 11 de agosto de 2007

Nota de Abertura

Depois de um flog, decidi partir pra uma outra fase da vida... UM BLOG!!!
Também não sei quanto tempo vai durar muito menos de quanto em quanto tempo isso aqui vai ser atualizado... mas tentarei, juro que tentarei!

Sem temas nem regras... Geraldinos e Arquibaldos... ou como diz uma amiga: "de tudo um pouco, de nada muito!"

Boa sorte pra todos nós, sempre!