sexta-feira, 29 de outubro de 2010

Vitoriosa

Esse mês tem show do Ivan Lins em Porto Alegre.
Às vezes quando tem show bate aquela nostalgia musical... fico só ouvindo as músicas antigas e lembrando porque mesmo que eu comprei o ingresso. Acabo parecendo uma daquelas pessoas que ganhou o ingresso pra um show que nem sabia direito o que era mas resolveu ir porque não tinha nada melhor pra fazer... relembro as músicas antigas e nunca sei cantar as novas (Ainda fico indignada se não cantou aquele clássico que eu ouvi toda a semana anterior... ¬¬')! E claro, se o show foi bom, no dia seguinte já sei cantar tudo... as vezes sou fã às avessas!


Quero sua risada mais gostosa
Esse seu jeito de achar
Que a vida pode ser maravilhosa...

No caso do show do Ivan, não tô relembrando... só continuo ouvindo! É freqüente aqui nna minha vitrola.
Essa é uma das músicas que mais gosto dele... aliás, é dele e do Vitor Martins. Dessa dupla só se pode esperar coisas boas... Bandeira do Divino, Dinorah Dinorah, Aos Nossos Filhos, Começar de Novo, Cartomante, Desesperar Jamais e esta canção: VITORIOSA!

Quero sua alegria escandalosa
Vitoriosa por não ter
Vergonha de aprender como se goza...

Mas bem... dizem que cada um nasce com um dom, né?! Algumas pessoas tem o dom de fazer o bem, de pela simples presença encher a gente de paz... acho que é isso que chamam de "porto seguro"...
Quem supera a vergonha, os medos, as incertezas e se permitem dar mais um passo já são vitoriosos! Porque, sou obrigada a admitir, é sempre mais fácil ficar no cantinho onde se está... ali pelo menos a gente sabe onde tá pisando... por mais escuro que seja, o olho vai acostumando. E ultrapassar essa linha entre o que se vê (e é conhecido) e o desconhecido requer uma força e vontade muito grande!

Quero toda sua pouca castidade
Quero toda sua louca liberdade
Quero toda essa vontade
De passar dos seus limites
E ir além, e ir além...

Às pessoas que fazem o bem, às pessoas que se permitem aprender como se goza da vida, que se permitem passar dos limites as vezes, aos que são vitoriosos por se não terem vergonha de viver, aos que me enchem de orgulho por me deixar chamar de amigo... aos que são meu porto seguro... obrigada por me fazer achar que a vida pode ser maravilhosa!!!

Bom, pelo menos esse show é de lançamento da Coletânea Perfil... tá valendo relembrar as coisas antigas!

sexta-feira, 13 de agosto de 2010

Sábado e Domingo

Se tem uma coisa que me deixa muito feliz é encontrar boas coisas novas.
Acho que é notória minha preferência por cantoras, né?! Sei lá... as vozes femininas, naturalmente, chamam mais minha atenção. Talvez porque geralmente não precisam mais do que a voz pra serem completas... bom, pelo menos as que tocam na minha vitrola.
Dito isso, admito que sempre tive um pé atrás com a Silvia Machete, que tem se destacado no novo cenário musical brasileiro... das pouquíssimas vezes que passei os olhos por ela me pareceu mais uma Lady Gaga Tupiniquim da MPB... um tanto quanto exagerada!


Hoje enquanto arrumava as malas, liguei na rádio MPB FM (Recomendo pra quem gosta de boa música brasileira) e começou a tocar uma música muuuito da interessante... qual não foi minha surpresa, quando descobri que a música que eu tinha amado era dela. E é essa música que eu não resisti em postar aqui, porque eu não parei mais de ouvir... Com vocês: Sábado e Domingo!

Quando o outono bate à porta
Vem a lembrança de outro lugar
Outra estação
De ficar à toa
Nem a passagem pra Lisboa
Nem se uma nuvem negra atrapalhar
Deixa pra lá
Não estou nem aí
Eu não

Ando numa felicidade tão besta nesses últimos dias, tanta que nem cabe em mim (Muito assunto, pra outra hora!). Tanta coisa boa e inacreditável acontecendo e por acontecer, várias possibilidades. E foi engraçado como a música caiu direitinho no dia... uma boa levada, em paz e divertida quase circense!... como um sábado e domingo quando a gente é criança e é feliz só porque é dia de brincar!
Esse refrão é uma delícia, gente!!! Feliz, feliz, feliz!!!

A hora não demora
Porque é sábado e domingo
Mais um dia e sigo
Tão bem
Me chame no final do mês

Essa letra é de Domenico Lancellotti e Alberto Continentino, gravada por ela no novo disco "Estravaganza" (2010), mas devo admitir que isso é o máximo de Silvia Machete que eu consegui agregar, ainda não tô preparada pra encarar o resto do que ela pode oferecer. Mas essa, juro, vale a pena!!!

Quando a rotina te derrota
E a semana não quer acabar
Por esperar
A notícia boa
Nem a saudade da pessoa
Arquitetura que gosto de olhar
Ou acordar mesmo sem querer
Eu não

A hora não demora
Porque é sábado e domingo
Mais um dia e sigo
Tão bem
Me chame no ano que vem

segunda-feira, 2 de agosto de 2010

Índios

Arte pela arte.
Estudava isso lá nos remotos tempos de escola, "umas das características do Parnasianismo"... era isso e apenas isso que diziam. Foi nos bailes da vida que fui entender melhor... a arte se valendo apenas da estética, sem precisar de qualquer contexto político, filosófico, pedagógico, moral, enfim, qualquer fator agregador. O post de hoje é isso, um desejo simples de "arte pela arte".


Ouvi o novo disco da Leila Pinheiro, chamado "Meu Segredo Mais Sincero" só com músicas de do Renato Russo e Legião Urbana. Sabe quando dá vontade de sentar e só ouvir? Só curtir? Com esse disco foi assim, apaguei a luz e a mente e ouvi... não precisa nem ler o que eu escrever... mas por favor, ouça com atenção e tudo já terá sido dito.

Mas se quiser, acompanhe:

Quem me dera ao menos uma vez
Ter de volta todo o ouro que entreguei a quem
Conseguiu me convencer
Que era prova de amizade
Se alguém levasse embora
Até o que eu não tinha.

Quem me dera ao menos uma vez
Esquecer que acreditei
Que era por brincadeira
Que se cortava sempre
Um pano-de-chão
De linho nobre e pura seda.

Quem me dera ao menos uma vez
Explicar o que ninguém
Consegue entender
Que o que aconteceu
Ainda está por vir
E o futuro não é mais
Como era antigamente.

Quem me dera ao menos uma vez
Provar que quem tem mais
Do que precisa ter
Quase sempre se convence
Que não tem o bastante

Fala demais
Por não ter nada a dizer.

Quem me dera ao menos uma vez
Que o mais simples fosse visto

Como o mais importante
Mas nos deram espelhos
E vimos um mundo doente.

Quem me dera ao menos uma vez
Entender como um só Deus
Ao mesmo tempo é três
Esse mesmo Deus
Foi morto por vocês
Sua maldade, então
Deixaram Deus tão triste.

Eu quis o perigo
E até sangrei sozinho
Entenda!
Assim pude trazer
Você de volta pra mim
Quando descobri
Que é sempre só você
Que me entende
Do início ao fim.

É neste momento que eu me curvei à genialidade do óbvio! O vocalize como uma canção indígena que aparece a partir desse momento, me emocionou, me deixou vidrada... o que era óbvio pra uma música com o nome que tem, se tornou genial!

E é só você que tem
A cura do meu vício
De insistir nessa saudade
Que eu sinto
De tudo que eu ainda não vi.

Quem me dera ao menos uma vez
Acreditar por um instante
Em tudo que existe
E acreditar
Que o mundo é perfeito
Que todas as pessoas
São felizes...

Quem me dera ao menos uma vez
Fazer com que o mundo, saiba que seu nome
Está em tudo e mesmo assim
Ninguém lhe diz ao menos, obrigado.

Quem me dera ao menos uma vez
Como a mais bela tribo, dos mais belos índios
Não ser atacado por ser inocente.

Eu quis o perigo
E até sangrei sozinho
Entenda!
Assim pude trazer
Você de volta pra mim
Quando descobri
Que é sempre só você
Que me entende
Do início ao fim.

E é só você que tem
A cura pro meu vício
De insistir nessa saudade
Que eu sinto
De tudo que eu ainda não vi.

Nos deram espelhos
E vimos um mundo doente
Tentei chorar e não consegui.

Nada mais pode ser dito. Minha reverência ao talento de Leila Pinheiro e Renato Russo...

terça-feira, 27 de julho de 2010

Na Primeira Manhã

Muito, muito difícil colocar em palavras o que eu mal consigo entender. Se vocês soubessem as vezes que eu venho aqui pra tentar cumprir minha promessa de falar sobre os DVD`s Cantos & Contos da Zizi Possi. Mas a verdade é que a cada dia que passa, vai ficando ainda mais difícil de cumprir!!! E já que o blog é alimentado por mim, vocês (meus ávidos e insaciáveis leitores assíduos e esporádicos) vão ter que aceitar que sim, vou tentar fazer o que prometi... mas no tempo em que as palavras forem surgindo.

É engraçado como a gente é tão apegado às nossas verdades, mas cedo ou tarde acaba se contradizendo, não é? Eu, como boa sagitariana... sou a contradição em pessoa! E esse blog prova um pouco isso.
Acredito, e acredito mesmo, que as músicas tem o significado que cada um atribui a elas, como elas se encaixam na vida de cada um, e por isso, de nada importa a terapia que eu faço aqui. Pouco ou nada deve interessar, até porque enquanto você está lendo as minhas baboseiras, deve estar pensando nas suas, não é mesmo?
E ainda assim, com tudo isso, eu ainda passo meus dias a procurar o que quem escreveu e quem cantou a música sentiu... olhem só que suruba isso vira: compositor, cantor, você e eu (com todo o respeito, é claro!)... será que alguém chega em um acordo nessa história?

Bem, passados os devaneios introdutório, é hora de falar da música...


Na primeira manhã que te perdi
Acordei mais cansado que sozinho
Como um conde falando aos passarinhos
Como um bumba-meu-boi sem capitão
E gemi como geme o arvoredo
Como a brisa descendo das colinas
Como quem perde o prumo e desatina
Como um boi no meio da multidão


As vezes a vida fica estranha, não acha? Tempos que a gente se perde tanto nos sentimentos, ou as coisas saem tão fora do esperado que a gente só consegue parar e olhar. Dias em que a gente fica como fala a música do Caetano Veloso: "nem alegre, nem triste, nem poeta..." (O Ciúme - um dia ela aparece por aqui, é ótima!)... provavelmente, todos aqui já se viram assim pelo menos uma vez na vida!

Vejo isso e um pouco mais na música de hoje. "Na Primeira Manhã" dos já falados C&C da Zizi acompanhada do Alceu Valença, no primeiro dos dez encontros destes DVD's. O mundo tá com as rotações tão rápidas hoje em dia que não dá muito tempo pra parar e sentir qualquer coisa por muito tempo... "Na segunda manhã que te perdi era tarde demais pra ser sozinho"... porque logo atrás vem outro sentimento pra atropelar e se não estivermos atentos: ZUPT!! 


Ou a vida nos engole, ou nos pega de surpresa... e se não estivermos preparados a coisa sai do controle... (vamos fingir que temos o controle, tá bom? Pra não desesperar totalmente...)


Mas o que eu acho mais interessante nessa música é como o Alceu descreve situações (que de nada têm a ver com a situação da música - a perda de alguém/algo que ama) pra tentar mostrar como se sente... Sem um norteador "como um bumba-meu-boi sem capitão", louco "como quem perde o prumo e desatina", perdido e sem saber o que fazer "como um boi no meio da multidão", desesperado "como um gato gemendo no porão"... Enfim, tão difícil a perda que só as simples palavras não deveriam ser suficientes, talvez essas imagens fossem resolver o problema de comunicação. Um desses recursos de linguagem que nossos compositores sabem usar tão bem, o mesmo recurso que Chico Buarque usa em Pedaço de Mim... como disse Oswaldo Montenegro em um improviso no meio de Samba da Bênção: "a bênção a todos esses que botaram nas letras brasileiras o que a gente sentiu e nunca conseguiu dizer"!

Na segunda manhã que te perdi
Era tarde demais pra ser sozinho
Cruzei ruas, estradas e caminhos
Como um carro correndo em contramão
Pelo canto da boca num sussurro
Fiz um canto demente, absurdo
O lamento noturno dos viúvos
Como um gato gemendo no porão
Solidão.

Quando Zizi Possi e Alceu Valença se encontram o que pode acontecer? Dos dez encontros que os DVD`s Cantos & Contos nos presentearam, esse é na minha opinião, um dos melhores (que ousadia!!!)! E tem nessa música a representação maior desse encontro... intenso e forte... Zizi e Alceu!

Não posso mais tentar explicar o que acontece quando Zizi canta... meu ouvido encontra na voz dela, o par perfeito!

Mas me conta, quais as baboseiras que tu pensava enquanto lia as minhas???

terça-feira, 15 de junho de 2010

Jamais (ou A Vitória do Bom Exemplo)


Zizi Possi que me desculpe, mas antes dos DVD`s Cantos & Contos pintar por aqui, preciso fazer um post-errata... ou seria um post-confissão? Provavelmente um post-agradecimento...

10 de janeiro de 2009, neste mesmo blog, escrevi sobre minha falta de paixão pela arquivologia, ou melhor, meu total repudio. Pois bem, essa é a prova escrita de que o tempo muda tudo. No meu caso, o tempo tem nome e sobrenome...
Embalada por Redemption Songs, reclamei, gritei, briguei. Reclamei dos professores, tentei entender como alguém poderia ser apaixonado por esse mundo, gritei com profissonais incompetentes com professores que mal apareciam pras aulas, ainda tentava encontrar bons exemplos...

Apesar dos problemas, lá fui eu tentar terminar o que tinha começado. Me formar mais uma, e entregar o diploma na mão do meu pai... o que eu não esperava, era que os bons exemplos vencessem.

O tempo que mudou meu rumo? Valéria Bertotti!
Ela acreditou que fosse possível, ela me ajudou a procurar e a encontrar, ela me ajudou a ser o que hoje eu gosto de ser... ela me deu asas, me ensinou a voar, e voou junto! É com certeza o meu maior exemplo! Vai ser pra sempre minha professora e orientadora... e ainda mais que isso, minha amiga!

Tenho pensado em tudo o que você falou
E acho que em algumas coisas você tem razão
Eu sei que às vezes sou um pouco incoerente
Mas fazer o que se sigo meu coração e não a minha mente

Ela tanto acreditou e insistiu que hoje, mais do que poder dizer que sou arquivista, é poder GOSTAR DE SER arquivista... E isso não tem preço! Se hoje sou apaixonada pelo que faço, e quero ser melhor a cada dia, é porque a tenho como meu maior exemplo! Um exemplo de professora e profissional... um grande exemplo de pessoa!
E demorou tanto pra eu conseguir admitir isso. Alguém aqui já odiou alguma coisa com todas as forças que podia e no fim, descobriu que a vida não era completa sem essa coisa? Comigo e com a arquivologia foi assim. Como dizem: "A língua é o chicote do cu"... hoje não me vejo fazendo outra coisa...
Quando eu perguntei uma vez pra Valéria se ela realmente gostava da profissão... o olhar, mais que as palavras, me responderam com tanta paixão e sinceridade que até me deu uma pontinha de inveja.
Pois bem, eu pensei no que ela falou... e ela realmente tem razão!!

Eu entendo que às vezes
As coisas pesam demais
Mas não dá pra desistir agora
Não diga adeus jamais

Não é o único exemplo, mas é o maior de todos! As vezes acho que coloco um peso demais nas costas dela... mas é assim que eu sinto!
Hoje, veja você, sou arquivista no Senado Federal!!! Pra quem ia entregar o diploma pro pai tá bom, né!? Com certeza não é fácil estar aqui, a vida não é um moranguinho como se possa imaginar, mas eu tenho a noção do tamanho que é isso na minha vida. É verdade que muitos me ajudaram a chegar aqui, mas foi Valéria quem me preparou pra isso... até mesmo sem saber onde ia dar! Mas foi quem me mostrou o quão bom é aprender!!!
Por isso tudo, é que desistir de fazer o melhor não estão nos meus planos.. espero também que não estejam nos dela! Ela pode não saber ou entender... mas aquelas aulas salvaram vidas!!!

Mas eu tenho que falar da música, né?! Não poderia ter escolhido outra... Além de ter ganhado dela e do Leandro (marido dela, amigo meu), a letra fala por mim! "Jamais" é a preferida do disco... e enquanto eu tentava encontrar uma música pra esse post, ela caiu no como uma luva!
Mundo Perfeito, o sexto disco de Nei Van Sória, gaúcho como nós (e pra quem não mora mais no Estado, isso tem um valor muito maior...), é um primor! Desde as músicas até o encarte, são feitos extremo bom gosto.
A voz a primeira ouvida pode não chamar muita atenção, mas a cada música desse disco duplo que a gente passa, vão encantando! Ele vai encantando pela unidade do trabalho!!!
E preciso dizer... lembram daqueles vinis coloridos em que eram feitos os discos pra criança? Pois é... um CD é Roxo e outro vermelho, como se fossem vinis... (Mundo) Perfeito!!!

Como diriam Tunai e Milton Nascimento "Certas canções que ouço, cabem tão dentro de mim que perguntar carece: Como não fui eu que fiz?"

As palavras nem sempre dirão
Tudo o que eu quero dizer
Eu sei que às vezes fujo à razão
Só pra tentar entender

Porque eu disse isso tudo hoje? Porque eu tava devendo isso faz um tempão, porque todas as vezes que eu agradecer, vai ser uma tentativa de pagar um pouquinho da minha dívida Impagável... Porque ontem foi aniversário dela e eu não tava por perto pra dar um abraço... tenho um carinho muito grande, e eu espero que ela saiba disso! Por mais maluco que isso possa parecer!

Junto com a Malu e com a Dani, são o que de melhor aconteceu na minha vida! São minha família, são o que me fazem continuar! A verdade é que, nem que eu fique o resto da vida aqui... falando e falando, nunca vai ser suficiente pra agradecer. O dicionário vai sempre me trair, e eu vou ficar sempre devendo pra esse trio!!!

sexta-feira, 26 de março de 2010

Cantos & Contos

Dias como hoje me trazem a certeza de que vivo a plenitude da felicidade: bons amigos, saber dizer sim sem precisar dizer muitos "nãos"... e ter a música que embala e coloca em notas e sentimentos aquilo tudo que eu não consigo dizer!

Nas primeiras notas que de tão afinadas não parecem ser elas, já vi o quão intenso e trabalhoso seria ver e ouvir os novos DVD`s Cantos & Contos da Zizi Possi... ali eu já tinha os sentimentos todos em um só. Terminaria exausta, plena e transcendendo qualquer coisa que eu já teria ouvido até ali! Acho até que deveria ter uma oitava nota na escala musical que ficaria: Dó, Ré, Mi, Fa, Sol, Lá, Si e Zi.
Hoje volto a escrever sobre ela, definitivamente esse blog PRECISA mudar de nome, porque quando escuto sua música, tenho certeza que ela é o encaixe perfeito pros meus ouvidos, é o que tenho certeza, tocar pra sempre na minha vitrola!

Finalmente foram lançados os DVD`s Cantos & Contos, fruto de doze shows que a cantora fez no Tom Jazz pra comemorar (em alto estilo) seus trinta anos de carreira! Doze shows, em doze semanas, com dez convidados diferentes... doze shows diferentes, que eu sinceramente, lamento não serem transformados em doze DVD`s. Resultaram apenas dois... mas de uma qualidade que honra seus trinta anos de carreira, os convidados, a qualidade dos músicos e a sensibilidade da Zizi.

Vocês sabem que quando começo a escrever, nunca mais páro! A Zizi, coitada, que já deve se preparar pra rezar quando vê meus comentários no blog, que de tão grandes parecem o Velho Testamento que o diga! Eu tava aqui pensando como fazer pras pessoas não terem que pedir licença do trabalho pra ler (deixa eu acreditar que as pessoas morrem de ansiedade pra ler o que escrevo!)... A solução óbvia de resumir estava descartada, não sei fazer isso!!! (E é por isso que sou arquivista e não jornalista!) Então, partimos ppara o plano B: transformar isso em dez posts, um pra cada convidado... e que Buda me ilumine pra que eu consiga escrever, porque acredite caro leitor, o que eu vi hoje jamais poderá ser descrito em palavras!

terça-feira, 16 de fevereiro de 2010

Aquellas Pequeñas Cosas

Geralmente começo escrevendo por uma música, ela é o personagem principal, o resto ganha o Oscar pelo papel de coadjuvante... hoje a música é a desculpa, and Oscar goes to...

Das coisas boas que Zizi Possi trouxe pra minha vida, as pessoas que conheci através de sua arte e generosidade foram a melhor de todas. Meus queridos Zizianos (e a própria Zizi), que tenho tanto carinho e admiração... que outra cantora poderia unir pessoas tão especiais, inteligentes, respeitosas e lindas, por dentro e por fora. Só poderia ter sido ela... e suspeito que ela não saiba o tamanho da força que isso tem. Mas Zizi que me perdoe, o post de hoje não vai ser embalado por ela, hoje a trilha sonora é outra!

Acho que o post de hoje é um pedido de desculpa disfarçado [???]. Desculpas por não ser tão presente, por não poder estar junto tanto quanto queria, por não ter cumprido minha palavra tantas vezes, por não conseguir demonstrar o quanto amo tanto quanto queria, por não ter dado aquele abraço em cada um, pela vida que me engoliu várias vezes... E caramba, Como eu queria que não fosse assim!!!

Uno se cree
que las mató
el tiempo y la ausencia.
Pero su tren
vendió boleto
de ida y vuelta.

Eu nem sei explicar o carinho que tenho por eles, eu simplesmente tenho! (E acredite, tô sentada aqui na frente faz muito tempo, escrevendo, escrevendo... apagando, apagando... nada foi bom o suficiente) Pessoas que fazem a diferença, um em cada canto desse país que não pode ser maior... aliás, desse mundo que sempre parece maior do que deveria! Deixa tudo tão longe!!!

Son aquellas pequeñas cosas,
que nos dejó un tiempo de rosas
en un rincón,
en un papel
o en un cajón.

E só pra minha dívida ficar maior, nessa de ter pessoas maravilhosas, me aparece uma certa argentina viciante, de uma grandeza infinita e um bom gosto invejável: Pauliña! Uma daquelas pessoas que se deve ter pro resto da vida, e a quem eu devo a maior desculpa de todas! E foi ela quem me apresentou a música de hoje, entre as tantas boas coisas de se ouvir que ela me apresentou, Aquellas Pequeñas Cosas com Joan Manoel Serrat, é daquelas coisas lindas que a gente ouve e que agradece por estarmos aqui vivos pra vida! A música é linda, e não tem como traduzir porque vai perder a beleza! Ouça e me diga se é sensível o suficiente pra entender!

Acredite amigo brasileiro, se conhecesses a Pauliña que eu conheço, terias mais inveja do que raiva da Argentina! E não é só ela não... se conhecessem os Zizianos que eu conheço, teria mais inveja de mim do que da Argentina!

Como un ladrón
te acechan detrás
de la puerta.
Te tienen tan
a su merced
como hojas muertas
que el viento arrastra allá o aquí,
que te sonríen tristes y
nos hacen que
lloremos cuando
nadie nos ve.

Espero que Zizi e os Zizianos todos saibam do carinho que tenho por eles. Porque amigos são o que de mais valioso a vida me dá... é, ganhei na loteria acumulada!!!

sábado, 16 de janeiro de 2010

Santa Chuva



Não adianta né?! Por mais que eu tente, me esforce e REALMENTE acredite que eu vá escrever com mais freqüência (sim, eu uso trema), acaba batendo a preguiça e a falta de inspiração... acaba que não escrevo tanto quanto gostaria, mas continuo tendo um carinho grande e ainda a esperança de que dessa vez eu vou levar isso aqui a sério!
___________________

A música de hoje já me acompanha faz um tempo. Desde o disco de estréia da Maria Rita... aqueeeele disco que prometia salvar a MPB... certamente vocês lembram. Foi um disco bom pra caramba! Se salvou a MPB eu não sei... mas que salvou minha vida muitas vezes, isso salvou!

A música Santa Chuva não foi a que eu gostei de primeiro (esse papel ficou com Menininha do Portão), mas depois do show, se transformou na que eu quero ver daqui a 30 anos quando estiver vendo a Maria Rita no palco pela enésima vez!

Das cantoras de minha vida... essa é a que eu cultivo a maior relação de amor e ódio! Eu amo ela se rasgando toda pra cantar (ainda que seja tudo muito bem ensaiadinho) e odeio a nova fase pagodeira (com direito a vestidinho de lantejoulas, com um bolerinho combinando, uma calça jeans e CLARO, uma manta rosa pra dar aquele toque especial!)... mas fazer o quê? Em dias de depressão xingá-la até me faz bem... porque no fim, sempre tem uma Santa Chuva pra me deixar morrendo de saudade!

O primeiro show que assisti na vida foi o primeiro da Maria Rita, viajei 500km só pra poder assistir. Fiquei lááá no puleiro, entre duas senhoras que juravam que Elis Regina tinha voltado a Porto Alegre pra lembrar os velhos tempos ("putz! entrei numa sessão espírita!")... chorei como se não tivesse ninguém por perto, de certa maneira eu sabia que era aquilo que eu queria pro resto da vida. Ainda vivia no interior do Rio Grande do Sul, lá "onde não mora ninguém, onde não passa ninguém, onde não vive ninguém"*, e ter saído de lá pra assistir o show, e ver aquele trabalho tão caprichado... era aquilo ali que eu queria ter pra sempre! E de fato, até hoje o tenho! Maria Rita inaugurou os palcos da minha vida! Que saudade de ver essa moça no palco... quem já viu sabe o quão talentosa ela sabe ser!

Mas enfim, o que eu queria dizer é que de lá do alto do mezanino, a gente consegue ter a noção do show por completo: Distribuição dos músicos, iluminação, movimentação do artista... e nessa música, o jogo de luz era essencial: No encarte do CD já vinha bem claro, a primeira parte cantada por ele e a segunda por ela...

Ele pedindo que ela voltasse...


Vai chover de novo
Deu na TV
Que o povo já se cansou
De tanto o céu desabar
E pede a um santo daqui
Que reza a ajuda de Deus
Mas nada pode fazer
Se a chuva quer é trazer você pra mim
Vem cá, que tá me dando uma vontade de chorar
Não faz assim, não vá pra lá
Meu coração vai se entregar
À tempestade...

e Ela dizendo que não ia voltar, não... Esse diálogo, ficava claro no jogo de luz, na primeira parte, iluminada com uma luz azul de um lado do palco como se fosse Ele, depois mudava de lado e uma luz rosa acendia e Ela entrava em cena, respondendo à Ele que permanecia lá...

Quem é você pra me chamar aqui
Se nada aconteceu?
Me diz?
Foi só amor? Ou medo de ficar
Sozinho outra vez?

Cadê aquela outra mulher?
Você me parecia tão bem...
A chuva já passou por aqui
Eu mesma que cuidei de secar

E nesse momento ela se transformava! Tinha uma raiva... como se aquela música composição de Marcelo Camelo, fosse dela e só dela... Dizia cada palavra como se fosse a última a ser proferida, com uma força, raiva, vontade e propriedade de quem sabia o que tava dizendo!

Quando saiu o primeiro DVD, a maior decepção foi não ter essa música... "problemas técnicos" foi a desculpa...

No segundo show que assisti, já do Segundo, uma surpresa... gravariam o show pra um possível DVD. Chegou a hora da música e ela tropeça nas letras "e pede a um rrsarrto daqui"... a primeira coisa que pensei foi: "PUTA QUE PARIU, NÃO VAI TER A MÚSICA DE NOVO!"... O segundo DVD saiu, foi gravado em outro lugar... e qual não foi a surpresa que a única música que entrou do show de Porto Alegre foi essa, com o "tropeço" e tudo!

Maria Rita ainda diz no DVD, falando sobre a música algo como: "O que o cara fez de tão grave que nem o Santo vai brigar por ele?!!!"

Quem foi que te ensinou a rezar?
Que santo (\o_) vai brigar (Lo_) por você (.o_)?

E a atuação da cantora (que eu, obviamente, ainda sei de cor...), daria inveja a muita global por aí! Ou será que não era atuação?

Que povo aprova o que você fez?
Devolve aquela minha TV
Que eu vou de vez
Não há porque chorar
Por um amor que já morreu

Ahhh... vale também lembrar do Da Lua, percussionista, tirando som de um pedaço de conduíte (aqueles canos amarelos de construção)... Silvinho Mazzuca no baixo acústico e na simpatia! Aliás, até pouco tempo atrás ela tinha um dedo invejável pra escolher bons músicos!

Deixa pra lá
Eu vou, adeus
Meu coração já se cansou de falsidade...

Acho que tô com saudade da antiga Maria Rita... ou será da antiga Lusiane? Sei lá...

* Essa música eu ouvia Lá, nos domingos de manhã quando meu pai decidia que TODO MUNDO ia ouvir junto com ele... Moro Onde Não Mora Ninguém - Agepê