sexta-feira, 13 de agosto de 2010

Sábado e Domingo

Se tem uma coisa que me deixa muito feliz é encontrar boas coisas novas.
Acho que é notória minha preferência por cantoras, né?! Sei lá... as vozes femininas, naturalmente, chamam mais minha atenção. Talvez porque geralmente não precisam mais do que a voz pra serem completas... bom, pelo menos as que tocam na minha vitrola.
Dito isso, admito que sempre tive um pé atrás com a Silvia Machete, que tem se destacado no novo cenário musical brasileiro... das pouquíssimas vezes que passei os olhos por ela me pareceu mais uma Lady Gaga Tupiniquim da MPB... um tanto quanto exagerada!


Hoje enquanto arrumava as malas, liguei na rádio MPB FM (Recomendo pra quem gosta de boa música brasileira) e começou a tocar uma música muuuito da interessante... qual não foi minha surpresa, quando descobri que a música que eu tinha amado era dela. E é essa música que eu não resisti em postar aqui, porque eu não parei mais de ouvir... Com vocês: Sábado e Domingo!

Quando o outono bate à porta
Vem a lembrança de outro lugar
Outra estação
De ficar à toa
Nem a passagem pra Lisboa
Nem se uma nuvem negra atrapalhar
Deixa pra lá
Não estou nem aí
Eu não

Ando numa felicidade tão besta nesses últimos dias, tanta que nem cabe em mim (Muito assunto, pra outra hora!). Tanta coisa boa e inacreditável acontecendo e por acontecer, várias possibilidades. E foi engraçado como a música caiu direitinho no dia... uma boa levada, em paz e divertida quase circense!... como um sábado e domingo quando a gente é criança e é feliz só porque é dia de brincar!
Esse refrão é uma delícia, gente!!! Feliz, feliz, feliz!!!

A hora não demora
Porque é sábado e domingo
Mais um dia e sigo
Tão bem
Me chame no final do mês

Essa letra é de Domenico Lancellotti e Alberto Continentino, gravada por ela no novo disco "Estravaganza" (2010), mas devo admitir que isso é o máximo de Silvia Machete que eu consegui agregar, ainda não tô preparada pra encarar o resto do que ela pode oferecer. Mas essa, juro, vale a pena!!!

Quando a rotina te derrota
E a semana não quer acabar
Por esperar
A notícia boa
Nem a saudade da pessoa
Arquitetura que gosto de olhar
Ou acordar mesmo sem querer
Eu não

A hora não demora
Porque é sábado e domingo
Mais um dia e sigo
Tão bem
Me chame no ano que vem

segunda-feira, 2 de agosto de 2010

Índios

Arte pela arte.
Estudava isso lá nos remotos tempos de escola, "umas das características do Parnasianismo"... era isso e apenas isso que diziam. Foi nos bailes da vida que fui entender melhor... a arte se valendo apenas da estética, sem precisar de qualquer contexto político, filosófico, pedagógico, moral, enfim, qualquer fator agregador. O post de hoje é isso, um desejo simples de "arte pela arte".


Ouvi o novo disco da Leila Pinheiro, chamado "Meu Segredo Mais Sincero" só com músicas de do Renato Russo e Legião Urbana. Sabe quando dá vontade de sentar e só ouvir? Só curtir? Com esse disco foi assim, apaguei a luz e a mente e ouvi... não precisa nem ler o que eu escrever... mas por favor, ouça com atenção e tudo já terá sido dito.

Mas se quiser, acompanhe:

Quem me dera ao menos uma vez
Ter de volta todo o ouro que entreguei a quem
Conseguiu me convencer
Que era prova de amizade
Se alguém levasse embora
Até o que eu não tinha.

Quem me dera ao menos uma vez
Esquecer que acreditei
Que era por brincadeira
Que se cortava sempre
Um pano-de-chão
De linho nobre e pura seda.

Quem me dera ao menos uma vez
Explicar o que ninguém
Consegue entender
Que o que aconteceu
Ainda está por vir
E o futuro não é mais
Como era antigamente.

Quem me dera ao menos uma vez
Provar que quem tem mais
Do que precisa ter
Quase sempre se convence
Que não tem o bastante

Fala demais
Por não ter nada a dizer.

Quem me dera ao menos uma vez
Que o mais simples fosse visto

Como o mais importante
Mas nos deram espelhos
E vimos um mundo doente.

Quem me dera ao menos uma vez
Entender como um só Deus
Ao mesmo tempo é três
Esse mesmo Deus
Foi morto por vocês
Sua maldade, então
Deixaram Deus tão triste.

Eu quis o perigo
E até sangrei sozinho
Entenda!
Assim pude trazer
Você de volta pra mim
Quando descobri
Que é sempre só você
Que me entende
Do início ao fim.

É neste momento que eu me curvei à genialidade do óbvio! O vocalize como uma canção indígena que aparece a partir desse momento, me emocionou, me deixou vidrada... o que era óbvio pra uma música com o nome que tem, se tornou genial!

E é só você que tem
A cura do meu vício
De insistir nessa saudade
Que eu sinto
De tudo que eu ainda não vi.

Quem me dera ao menos uma vez
Acreditar por um instante
Em tudo que existe
E acreditar
Que o mundo é perfeito
Que todas as pessoas
São felizes...

Quem me dera ao menos uma vez
Fazer com que o mundo, saiba que seu nome
Está em tudo e mesmo assim
Ninguém lhe diz ao menos, obrigado.

Quem me dera ao menos uma vez
Como a mais bela tribo, dos mais belos índios
Não ser atacado por ser inocente.

Eu quis o perigo
E até sangrei sozinho
Entenda!
Assim pude trazer
Você de volta pra mim
Quando descobri
Que é sempre só você
Que me entende
Do início ao fim.

E é só você que tem
A cura pro meu vício
De insistir nessa saudade
Que eu sinto
De tudo que eu ainda não vi.

Nos deram espelhos
E vimos um mundo doente
Tentei chorar e não consegui.

Nada mais pode ser dito. Minha reverência ao talento de Leila Pinheiro e Renato Russo...